Defesa, Segurança e Aeroespacial
Com recursos humanos qualificados e numerosa concentração de instituições militares, o Rio Grande do Sul possui um dos maiores polos tecnológicos e industriais de produtos e serviços de Defesa e Segurança do Brasil. Altamente competitivo, inovador e diversificado, destaca-se pela robusta cadeia de fornecedores e tradição exportadora.
No Estado, está concentrado um dos maiores efetivos das Forças Armadas do país. No município de Rio Grande, no Sul, fica a sede do 5º Distrito Naval da Marinha do Brasil, que tem entre suas missões executar operações navais e terrestres e apoiar as Unidades e Forças Navais, Aeronavais e de Fuzileiros Navais.
Porto Alegre, a capital do Estado, sedia o Comando Militar do Sul, do Exército Brasileiro, cuja missão é manter a soberania na Região Sul do Brasil. Para tal, conta com cerca de 50 mil militares (25% do efetivo do Exército Brasileiro) e 75% dos meios mecanizados existentes na força terrestre.
Em Canoas, na Região Metropolitana de Porto Alegre, está a sede da ALA 3, organização militar responsável por representar a Força Aérea Brasileira (FAB) nos Estados da Região Sul – Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Desempenha funções administrativas de apoio às unidades operacionais e coordena as relações institucionais com a comunidade e os órgãos dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. Os Estados da Região Sul sediam mais de 30 Unidades de Aeronáutica, entre Bases Aéreas, Esquadrões de Voo, Batalhões de Infantaria e Unidades responsáveis pelo controle do espaço aéreo e comunicações, além de Prefeituras de Aeronáutica.
A indústria de Defesa do Rio Grande do Sul é bastante diversificada e participa de diferentes projetos estratégicos das Forças Armadas. O Rio Grande do Sul é o 3º Estado em faturamento e em número de empresas do setor, segundo estudo contratado pela Associação Brasileira das Indústrias de Materiais de Defesa e Segurança (Abimde) em 2014. Além disso, a Região Sul é a 2ª do país em número de empregos gerados pelo setor (Fipe, 2014). As empresas do Estado atuam especialmente nos seguintes segmentos:
- Desenvolvimento de sistemas e simuladores
- Manutenção, reparação, adaptação e modernização de veículos para o setor
- Aviônicos
- Armamentos leves
- Telecomunicações
- Defesa cibernética
- Microcontroladores
- Aeronaves remotamente pilotadas
- Aeronaves experimentais
O Estado conta com importantes empresas fornecedoras das Forças Armadas, como as Empresas Estratégicas de Defesa Taurus (armamento leve), Axur Segurança e Defesa Cibernética Ltda (defesa cibernética) e Agrale (utilitários militares). Além disso, a AEL Sistemas é a principal fornecedora brasileira de aviônicos para a FAB, fazendo parte do projeto dos caças Gripen, responsável pelo Wide Area Display (WAD), pelo Head-Up Display (HUD) e pelo Helmet Mounted Display (HMD). Por sua vez, a KMW Brasil é responsável pela manutenção e modernização de veículos blindados da família Leopard e Gepard adquiridos pelo Exército Brasileiro.
Em razão desse cenário, o Governo do Estado cada vez mais reconhece a importância do setor de Defesa e Segurança enquanto indutor do desenvolvimento econômico e tecnológico do Rio Grande do Sul. Dessa forma, desde 2015, além do setor estar elencado como estratégico nos planos de desenvolvimento, ele também recebe tratamento preferencial no Programa de Arranjos Produtivos Locais (APLs) e nos editais de Ciência e Tecnologia.
Devido à forte vocação militar da Região Central do Estado e à necessidade de promover este potencial para fomentar o desenvolvimento regional, foi constituído o APL Polo de Defesa e Segurança de Santa Maria. O arranjo reúne empresários do setor, representantes da Marinha, do Exército e da Força Aérea, assim como de instituições de ensino e pesquisa, poder público e entidades estratégicas, com o principal objetivo de articular lideranças civis e militares para atuar em parceria no setor de Defesa e Segurança, além de promover o acesso a mercados para as empresas componentes do APL. Além do Polo de Defesa de Santa Maria, o Rio Grande do Sul ainda conta com outros dois núcleos de defesa com ações apoiadas pelo Governo do Estado: o núcleo de defesa da Serra, capitaneado pela Câmara de Indústria e Comércio (CIC) de Caxias do Sul, e o núcleo de defesa da Região Metropolitana, coordenado pelo Comitê da Indústria de Defesa e Segurança do Rio Grande do Sul (Comdefesa) da Federação das Indústrias do Estado (Fiergs).
O Estado conta com uma ampla rede de ensino profissionalizante e instituições de ensino superior. Em assuntos relacionados à Defesa, a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) é referência nacional. Além de ter firmado um Memorando de Entendimento com o Exército Brasileiro, em 2014 iniciou o primeiro curso de graduação em Engenharia Aeroespacial do Rio Grande do Sul – e o sexto do país. O curso de Engenharia Acústica da UFSM, por sua vez, assinou em 2015 um protocolo de intenções com a Marinha do Brasil para possibilitar parcerias em projetos de ensino, pesquisa e desenvolvimento.
Dentro da ampla rede de parques científicos e tecnológicos do Estado, o Santa Maria Tecnoparque foi reconhecido pela Associação Brasileira de Indústrias de Materiais de Defesa e Segurança (Abimde) como um dos três parques tecnológicos do Brasil focados em Defesa e Aeroespacial. Em julho de 2016, foi assinado um Memorando de Entendimento entre o Departamento de Ciência e Tecnologia (DCT) do Exército Brasileiro e o Santa Maria Tecnoparque com o objetivo de promover o intercâmbio de recursos técnicos e humanos para que as empresas associadas ao parque possam atender demandas de ciência, tecnologia e inovação do Exército Brasileiro.
A equipe do InvestRS trabalha de forma articulada ao Comdefesa/Fiergs e a importantes representantes regionais do setor, como a Agência de Desenvolvimento de Santa Maria (Adesm) e a CIC de Caxias do Sul. A partir dessa sinergia, a indústria de Defesa do Estado é promovida em eventos, feiras e perante autoridades civis, militares e das forças policiais do Brasil.
Oportunidades do Setor
- O segmento de simulação é um dos mais promissores no Rio Grande do Sul. O Exército Brasileiro estabeleceu, na cidade de Santa Maria, o Simulador de Apoio de Fogo (Simaf) dentro no Centro de Adestramento e Avaliação-Sul (CAA-Sul). Assim, Santa Maria vem se tornando a capital da simulação viva, virtual e construtiva para o Exército Brasileiro. As oportunidades são tanto para grandes empresas fornecedores de sistemas de simulação completos quanto para pequenas e médias empresas que podem se instalar no Santa Maria Tecnoparque, que possui infraestrutura compartilhada de equipamentos e softwares para o desenvolvimento de simuladores.
- A Defesa e Segurança Cibernética vem crescendo consideravelmente no Brasil. Atualmente, o país perde mais de US$ 8 bilhões em crimes na internet. De acordo com levantamento, o mercado latino-americano de cibersegurança deve crescer de US$ 5,29 bilhões em 2014 para US$ 11,91 bilhões em 2019. Somente o mercado brasileiro de segurança digital deve atingir US$ 7,29 bilhões nesse mesmo período1. Uma das principais empresas brasileiras desse segmento, a Axur, está instalada em Porto Alegre, demonstrando o terreno fértil existente no Rio Grande do Sul.
- O segmento de Aeronaves Remotamente Pilotadas (ARPs) está em pleno desenvolvimento no Brasil. Em 2017, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) aprovou o regulamento para o uso de ARPs. A expectativa é que a norma ofereça a segurança jurídica necessária para garantir a expansão do mercado de ARPs em usos como pulverização de lavouras e segurança pública e privada. O Rio Grande do Sul possui ambiente propício para o desenvolvimento de empresas desse segmento, tanto devido à cadeia eletroeletrônica robusta estabelecida no Estado, quanto pelo mercado potencial, em especial no agronegócio. O sucesso de empresas locais, como a Skydrones – que fabrica drones para defesa, segurança pública, inspeção e agricultura – demonstra o potencial do Rio Grande do Sul.
- Reconhecida como Capital Nacional dos Blindados, Santa Maria também sedia o Centro de Instrução de Blindados General Walter Pires, referência em especializar militares das Forças Armadas e de Nações Amigas na operação de meios blindados e mecanizados e no emprego tático de frações de mesma natureza até o nível subunidade. Além da demanda por simuladores, são mais de 250 veículos blindados de combate que demandam modernização e nacionalização de peças, sistemas e componentes.
- Na segurança pública, a demanda por sistemas, tecnologias de vídeo-monitoramento e veículos adaptados é crescente. O Estado do Rio Grande do Sul tem priorizado investimentos nesse setor.
Oportunidades de parcerias entre empresas
Confira aqui as possibilidades de negócios no setor.