Biocombustíveis

O biocombustível é uma fonte de energia renovável que substitui total ou parcialmente os combustíveis fósseis, sob a forma de biodiesel, etanol hidratado ou anidro, biogás e biometano. Os biocombustíveis possuem uma participação importante na matriz energética brasileira, caracterizada pela diversidade e pela participação significativa das fontes renováveis. A sua adoção e a sua integração às matrizes produtivas do Brasil e do Rio Grande do Sul contribuem para redução dos gases de efeito estufa e ampliam as oportunidades de renda, emprego e desenvolvimento tecnológico.

Programas destinados ao fomento dos biocombustíveis no Brasil, associados às pesquisas e aos avanços tecnológicos, tornaram o país referência na sua produção. O biodiesel, derivado de gorduras vegetais ou animais, é utilizado em motores de ignição por compressão (Ciclo Diesel). Sua principal matéria-prima no país é a soja. O etanol, hidratado ou anidro, teve sua produção alavancada pioneiramente em substituição à gasolina. Em 2016, o biodiesel e o etanol consumidos no país, em substituição aos combustíveis fósseis, permitiram a redução de 64,3 milhões de toneladas de CO2 (MtCO2) (EPE).

Estima-se que a indústria de biocombustíveis gere 1 milhão de empregos diretos e 2 milhões de indiretos, espalhados em 1,6 mil municípios brasileiros, concorrendo para o desenvolvimento regional. O setor contribui aproximadamente com US$ 150 bilhões para o Produto Interno Bruto (PIB) (MME).

Mais recentemente, foi lançado o Programa Renovabio, que tem como objetivo expandir a produção de biocombustíveis no Brasil, promovendo as condições para o atendimento aos compromissos assumidos durante a COP21. Nesse sentido, além do etanol e do biodiesel, também serão fomentados novos biocombustíveis, como o etanol celulósico, o bioquerosene, o biogás e o biometano.

As instituições responsáveis pelo planejamento energético brasileiro apostam na expansão dos biocombustíveis como fator de redução das emissões de carbono pela matriz energética brasileira. Entre 2016 e 2026, o PDE prevê investimentos na ordem de R$ 24 bilhões para a expansão do etanol a partir de uma projeção de crescimento da demanda em 3,8% ao ano, alcançando 44 bilhões de litros. No que tange o biodiesel, projeta-se para o período um crescimento da oferta em 6,5% e um salto da demanda para 7,7 bilhões de litros ao ano.

Neste cenário, o Rio Grande do Sul como principal produtor de biocombustíveis do país, será fundamental no aumento da oferta, por possui a maior capacidade instalada e um parque industrial consolidado.

O biodiesel é bastante recente na matriz energética brasileira, tendo como marco a constituição do Programa Nacional de Produção e Uso do Biocombustível e a legislação que torna compulsória a adição de biodiesel ao diesel. A obrigatoriedade da mistura passou a vigorar em 2008, numa proporção de 2%, que evoluiu gradualmente até alcançar 7% em 2016.

A partir de 2019, a proporção chegará a 10%, com expectativas de alcance de 20%, no ano de 2030. O acréscimo de 20% do biodiesel à mistura do diesel em 2030, conforme estudo de entidades do setor (Abiove, Aprobio e Ubrabio), implicará o aumento da produção para 18 bilhões de litros/ano, com crescimento anual estimado em 3,9% e a constituição de 48 novas usinas. Esse salto na oferta de biodiesel demandará a expansão de investimentos em pesquisa, desenvolvimento tecnológico e logístico, além da diversificação das matérias-primas, visando maior produtividade e redução dos preços finais.

Em relação à produção, o Brasil ocupa a 2ª posição mundial, atrás dos Estados Unidos, seguido por Alemanha e Argentina. Com 50 plantas autorizadas pela Agência Nacional de Petróleo (ANP), em 2016, foram produzidos, no país, 3,8 bilhões de litros de biodiesel (EPE). A soja é a principal matéria-prima utilizada, respondendo por 76% do biodiesel produzido seguida pela gordura bovina (15%) (EPE).

O Rio Grande do Sul é o maior produtor brasileiro de biodiesel e um dos Estados pioneiros no seu desenvolvimento. Possui nove usinas autorizadas em operação, com capacidade instalada de 5.833 m³ por dia, respondendo por 28,5% da capacidade instalada do país. Estas usinas produziram em 1.114.307 m³ de biodiesel. O Estado ainda possui três das quatro maiores usinas, com capacidade superior a 700 m³ por dia (ANP, Janeiro/2017).

O Rio Grande do Sul possui como vantagens para o desenvolvimento do setor a presença da matéria-prima e uma base produtiva instalada que conta com rede local de fornecedores envolvendo os setores metalmecânico, eletroeletrônico, de automação, de máquinas e equipamentos industriais, bem como uma agroindústria bem desenvolvida.

Oportunidades do Setor

• Pesquisa e desenvolvimento tecnológico para aumento da produtividade e da diversificação de culturas a serem utilizadas como matéria-prima na produção do biodiesel.
• Expansão do número de usinas devido ao aumento gradual da proporção do biodiesel à mistura do diesel.
• Projeção de aumento da demanda por biodiesel, entre 2016 e 2026, de 4 bilhões de litros/ano para 7,7 bilhões de litros/ano e variação na oferta, no mesmo período, de 6,5% (EPE, PDE 2026).

Oportunidades de parcerias entre empresas

Confira aqui as possibilidades de negócios no setor.