Energia Eólica


A inserção da energia eólica na matriz energética do Brasil e do Rio Grande do Sul é recente. Alavancada pelo Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica (Proinfa), pela inclusão da fonte nos leilões de compra de energia futura e pelos leilões de reserva, a energia eólica vem crescendo e se consolidando como fonte complementar para fornecimento de energia. No rastro da expansão dos parques eólicos pelas Regiões Nordeste e Sul, surgiu uma nova cadeia produtiva. O setor compreende a instalação de novos parques eólicos; de empresas para a produção de máquinas, equipamentos e componentes; de centros de pesquisa, desenvolvimento e inovação; e de empresas prestadoras de serviços de engenharia, logística, aquisições, construção, manutenção, operação de parques e outros correlatos.

A fonte eólica participa com 7,46% da capacidade instalada para geração de energia elétrica do país, o que corresponde a 11,5 GW, a partir de 470 usinas eólicas (Aneel). É um setor que se expande ano a ano. Em 2005, a capacidade instalada era de 27,1 MW e. para 2020, projeta-se que chegue a 17,9 GW (Abeeólica). O Plano Decenal de Energia (PDE) prevê o acréscimo de 18,4 GW até 2026. O Brasil é o 9° país em capacidade instalada e o 5° com maior expansão da sua capacidade instalada, no ranking dos países produtores de energia eólica (GWEC).

O Rio Grande do Sul esteve à frente na implementação do 1º parque eólico, é o 4º Estado no ranking nacional de capacidade de geração de energia elétrica a partir de ventos, conta com 1,82 GW instalados, distribuídos em 80 parques eólicos, e possui mais três parques em construção. É considerado como Estado com maior potencial de geração de energia eólica.

Em 2014, foi lançado o Atlas de Energia Eólica do Rio Grande do Sul com medições de potencial eólico e regime de ventos – relativas ao Estado e seus municípios –, além de outras informações fundamentais para o planejamento e a tomada de decisão sobre novos investimentos. A partir destas medições, verificou-se que o Rio Grande do Sul é o Estado brasileiro que possui maior potencial eólico: onshore (103 GW em torres de 100 metros de altura e 245 GW em torres de 150 m) e offshore (34 GW em lagoas e 80 GW no oceano) (Atlas Energia Eólica).

Entre os projetos desenvolvidos no Rio Grande do Sul, destaca-se o Complexo Eólico Campos Neutrais, o maior da América Latina, com 302 aerogeradores, distribuídos entre três parques eólicos, localizados nos municípios de Chuí e Santa Vitória do Palmara, podendo gerar 0,6 GW. Outro importante projeto, inovador em seu modelo, é o Parque Eólico da Honda Energy, no município de Xangri-lá, Litoral Norte, que se destina à geração de energia para abastecimento da fábrica de automóveis, centro de pesquisa e sede da Honda Automóveis, localizados em Sumaré, São Paulo. Em 2016, esse modelo de negócio garantiu a produção de 2015 automóveis, utilizando apenas energia renovável, representando a redução de 12.866 toneladas de CO2.

O Governo do Estado monitora, atualmente, 118 projetos de parques eólicos, com potencial para geração de 2,6 GW. Todos esses projetos possuem viabilidade econômica e ambiental.

Ressalta-se ainda os projetos para ampliação das linhas de transmissão em 1,9 mil km, envolvendo sete novas estações e 16 subestações, com projeção de investimentos na ordem de R$ 3,2 bilhões. A execução desses projetos, nos próximos anos, permitirá a instalação de novos parques eólicos nas regiões com maior potencial de geração.

Em relação à cadeia da energia eólica, o Rio Grande do Sul possui empresas produtoras de torres e busca a instalação de fábricas de pás e geradores.

 Parque eólicoOutras vantagens relativas à indústria eólica no Rio Grande do Sul são a localização próxima aos mercados argentino e uruguaio, com sua matriz de renováveis em expansão, a existência de redes de pesquisa e de desenvolvimento de tecnologias nas universidades gaúchas, recursos humanos qualificados e setor organizado, com representações das universidades, dos setores público e privado, com empresas de desenvolvimento de projetos, de geração e distribuição e de fabricação de componentes.

Oportunidades do Setor

  •  Parque eólico de Cerro ChatoOs 118 projetos de parques eólicos com viabilidade econômica e ambiental monitorados pelo Governo do Estado.
  • As características e o potencial gaúcho indicam demanda futura por aerogeradores, nacelles, pás e torres, além de serviços de manutenção e reposição de equipamentos.
  • A instalação de uma fábrica de pás atenderia aos parques localizados no Estado e em mercados vizinhos, em crescimento, como o Uruguai e Argentina.
  • A fabricação dos componentes eletrônicos que constituem as nacelles pode se beneficiar, no Rio Grande do Sul, de uma indústria consolidada, profissionais com expertise e uma rede de ensino e de pesquisa voltada ao desenvolvimento do setor. Daí a oportunidade de instalação de novas plantas e ou de conversão de plantas existentes do setor eletroeletrônicos, visando a fabricação de componentes para as nacelles.
  • Os parques eólicos já existentes no Estado, no Brasil e nos países vizinhos demandarão, num futuro próximo, a instalação de uma rede de serviços de manutenção e de reposição de peças, ainda incipiente no Rio Grande do Sul. Destaca-se a presença de uma rede de pesquisas e de ensino técnico que poderá suprir este mercado com profissionais qualificados.
  • Instalação de centros de referência para desenvolvimento de tecnologias que visem o maior desempenho de aerogeradores e sua adaptação aos ventos existentes no Brasil e países vizinhos, e que disponibilizem laboratórios preparados para medição e emissão de certificações para o setor eólico. A oferta de certificação atenderia a demanda brasileira que hoje é coberta por laboratórios europeus. No Rio Grande do Sul, já existe uma consolidada rede de pesquisa e profissionais dedicados à energia eólica. Essa rede, alavancada pela existência de parques e incubadoras tecnológicas, pode servir de suporte à instalação de centros de referências dedicados ao segmento.
  • Instalação de novos parques eólicos no modelo de autoprodução adotado pela Honda Energy.

Oportunidades de parcerias entre empresas

Confira aqui as possibilidades de negócios no setor.

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