Apesar dos desafios, o Brasil continua a liderar os projetos de gás e petróleo offshore

[10 de novembro de 2016] O Brasil deve liderar o setor global de gás e petróleo no segmento offshore em termos de projetos planejados, com o número impressionante de 40 projetos programados para iniciar suas operações em 2025, de um total de 236 projetos previstos no mundo inteiro, de acordo com a firma de pesquisa e consultoria GlobalData.
O último relatório da empresa informa que o Reino Unido e os Estados Unidos sucedem o Brasil, com 29 e 21 projetos planejados, respectivamente. Os principais projetos offshore planejados no mundo devem contribuir com mais 6,8 milhões de barris de petróleo por dia, em 2025, e 36,3 bilhões de pés cúbicos por dia de gás natural.
Matthew Jurecky, responsável pela área de pesquisa e consultoria de óleo e gás da GlobalData explica que “as reservas comerciais offshore brasileiras perdem apenas para as da Rússia, do Irã e de Moçambique. A análise da GlobalData mostra que o Brasil conta com 13,3 bilhões de BOE em reservas recuperáveis de projetos offshore programados para entrar em produção. Comparativamente, os empreendimentos que entrarão em produção na Noruega, nos Estados Unidos, no Reino Unido e na Nigéria totalizaram no mesmo período 12,9 bilhões de BOE em reservas recuperáveis.”
Embora a estatal iraniana National Iranian Oil Company deva apresentar o maior crescimento da produção em termos de volume, a Petrobrás será a líder em número de projetos, com 35 projetos planejados: 34 de petróleo bruto e um de gás natural. A Pemex (Petróleos Mexicanos) e a Chevron ficarão em segundo e terceiro lugares, com nove e oito projetos planejados, respectivamente.
“O pré-sal brasileiro foi um trunfo que o governo tentou proteger. Porém, os escândalos políticos e de corrupção, em meio a uma recessão econômica, criaram uma oportunidade para que as empresas petrolíferas estrangeiras assumissem um papel mais importante em um ambiente regulador mais equilibrado. Entretanto, as articulações e os compromissos políticos que possibilitarão essa decisão representam um grande desafio”, explicou Adrian Lara, analista sênior da GlobalData para as Américas.
O relatório da GlobalData também destaca que deverão ser gastos USD 871,7 bilhões em investimentos de capital para a operacionalização de projetos offshore planejados em todo o mundo. Desse total, estima-se que USD 500,5 bilhões serão gastos entre 2016 e 2025. O Brasil também será líder nesse quesito, com um investimento de capital de USD 116,2 bilhões durante o período considerado na previsão. Dentre as empresas offshore de óleo e gás, a Petrobrás desembolsará as maiores quantias, o equivalente a US$ 90,9 bilhões em projetos-chave planejados para os próximos 10 anos.

Fonte: Oil & Gas Technology