Grupo gaúcho monta fábrica de vidros blindados em Cachoeirinha

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22/11/2017  às  11h17min

[20/11/2017] Com obras em andamento e investimento de R$ 4,5 milhões, o grupo M31 Participações começará em breve a operar uma indústria de vidros blindados, a King Blindagens, no Rio Grande do Sul. A unidade, que está em fase final de construção e recebimento de equipamentos no distrito industrial de Cachoeirinha, depende apenas de um registro final fornecido pelo Exército para começar a operar. A produção de blindagem é controlada no Brasil pelo Exército, por questões de segurança, assim como a venda dos produtos. "Acredito que esse último documento que estamos aguardando seja liberado entre o próximo mês e janeiro de 2018, no máximo", conta o presidente da King Blindagens, Raul Dias. O investimento da holding no segmento se justifica pela demanda. Segundo a Associação Brasileira de Blindagem (Abrablin), o Brasil é o país com o maior número de veículos blindados do mundo, cerca de 200 mil. De acordo com a Abrablin, até 2014, o setor crescia próximo de 14% ao ano. Com a crise, o crescimento foi reduzido nos dois últimos anos, mas o mercado automotivo segue em alta e deve fechar 2017 com aproximadamente 20 mil veículos blindados no País, ante 18,8 mil em 2016 (crescimento de cerca de 6%). Hoje, segundo a Abrablin, o setor vive uma descentralização da produção, basicamente concentrada na região Sudeste, especialmente São Paulo. Para iniciar a operação no Rio Grande do Sul, a King contará com cerca de 20 profissionais e precisará treinar parte da mão de obra, já que o segmento exige qualificação específica. "Infelizmente, as deficiências da segurança pública são cada vez maiores, e o segmento acaba se fortalecendo com esse cenário de violência urbana exagerada. É um mercado que, no Brasil, só cresce", analisa Dias, que também é consultor especializado na área de segurança privada. No caso da King Blindagens, a atuação vai além dos automóveis. A empresa também produzirá blindagem arquitetônica - para a proteção de residências, prédios e guaritas, por exemplo. "As metas para o setor automotivo serão de até 30 veículos/mês. No setor arquitetônico, o equivalente a um prédio de 10 andares/mês", revela Dias.

Holding também aposta nos segmentos de transporte e energia

A King Blindagens se soma a outros investimentos da M31 vinculados ao segmento de transporte. A holding abriga a Super Carros Rent a Car, a Viabilize Engenharia e Gestão no Trânsito de Grandes Cargas, a Fardier Logística Personalizada, a Muksinos Logística Pesada e o aplicativo Vá de Carrão. Lançando recentemente, o Vá de Carrão é um app de transporte individual de luxo. Em vez de ser buscado em seu destino por um carro comum, o cliente desfruta de um passeio com motorista em veículos como Ferrari F-430, Camaro SS, Porsche Cayman, Lamborghini Gallardo e BMW M3. Isso se estiver em Gramado ou Canela, limite de atuação no momento. Após a consolidação no mercado de segurança, inclusive com exportações, o executivo da King Blindagens antecipa que a empresa deverá avançar em um segmento inovador. O projeto é comercializar um vidro laminado que capta a energia solar. Desse modo, além de servir como acabamento de fachada, terá a mesma função de uma placa solar, com a geração de energia. "Isso será feito em parceria com a Emirates Insolaire (do grupo Emirates), a SolarVentus Renováveis, também da holding M31, e a Becker Energia", explica Dias.

Saiba mais sobre o setor

Qual é o custo médio para blindar o veículo?
Atualmente, o preço médio da blindagem no Brasil de um veículo nível III-A é de R$ 55 mil. O valor depende do nível de blindagem e do modelo do carro. Em carros maiores e mais sofisticados, são usados mais materiais, e a mão de obra também deve ser mais especializada.
Legislação
O serviço de blindagem de veículos é controlado pelo Exército, que neste ano atualizou as regras para tentar dificultar o acesso de criminosos ao sistema. Desde agosto, o consumidor (pessoa física ou jurídica) que utiliza veículos blindados deverá ser registrado no Exército, materializado pela emissão do Certificado de Registro (CR) para utilização de veículo blindado.

Fonte: Jornal do Comércio